A vez da coquetelaria brasileira
Poderia soar pretencioso dizer que o Brasil vive hoje a sua época de ouro na coquetelaria, mas é inegável que o país goza da sua melhor fase no que diz respeito à produção e disseminação da cultura dos coquetéis. Desde que o consumo de bebidas alcoolicas começou a se disseminar nas primeiras hospedarias e tabernas do país, ainda no final do século 19, com suas cachaças, vinhos e cervejas baratas, para atender ao crescimento da população nas cidades, muita coisa mudou.
Vieram os hotéis e uma demanda por coquetéis internacionais, a consolidação cultural do hábito da caipirinha (e das batidas, como não?), de um aprimoramento do gosto com drinks mais elaborados. O Brasil, é verdade, ainda engatinha na sua cultura de coquetéis, se comparado a países da Europa, por exemplo, onde a prática já vem sendo desenvolvida há muito mais tempo – e influenciando movimentos mais recentes como o próprio cenário americano, que teve uma forte retomada no início dos anos 1990, quando o bartender Dale De Groff abriu o Rainbow, em Nova York, com uma carta de drinques 100% autoral, baseada em ingredientes frescos, algo impensável até então.
De lá até hoje, o Brasil se desenvolveu nos drinks, com mais profissionais no mercado dispostos a seguir técnicas de preparo à risca e criando receitas que usam, sobretudo, ingredientes 100% nacionais, numa busca de identidade da coquetelaria feita no país. Falar em escola brasileira ainda é cedo, claro, mas estamos caminhando em busca de uma coquetelaria nacional de excelência.